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domingo, 23 de agosto de 2009

CARIRI SEM MEMÓRIA

No tempo em que o Crato era centro cultural do Ceará, época em que todos tinham nas veias o dom da poesia e essa aflorava de forma espontâneas, muitos de nossa gente versava com muita facilidade. Entre eles destacava Zé de Matos, matuto poeta analfabeto, trabalhador de engenho de rapadura. Talvez tenha sido, entre nós, o poeta mais critico, pois não havia pergunta sem resposta versada, como não havia resposta sem metrificação. Contudo não há acervo que relate obras deste poeta, o que se tem são lembranças populares que passaram de boca em boca. Deste modo não há registro das belas poesia deste simplório trabalhador, porem há o registro deste cariri sem memória. Deleitamos com alguns trechos de uma das poesia de ZÉ DE MATOS.
Certa vez bêbado em um bar da região e sem condições de dar um passo, relutou pelo convites dos colegas para irem embora. Zé saio com essa:

Eu me sinto tão pesado
Chega dei um passo perro
Parece que sou de ferro
Ou no chão estou pregado

Daqui só me aluíram
E assim mesmo com demora
Vocês que podem vão
Que quando eu puder vou embora

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